quinta-feira, 18 de novembro de 2010

IMPOSTOS E TAXAS

Portugal deverá ser o país da União Europeia com o maior universo de impostos, taxas, licenças, portagens, etc. etc.
Pagamos impostos e  taxas para tudo e mais alguma coisa.
Os cidadãos e as empresas pagam os seus impostos sobre o rendimento, o consumo, o património, IRS, IRC + DERRAMA,  IVA, ISV, IMI, IMT, IUC, I.S., e mais um sem número de taxas municipais, outras incluidas nos consumos de  água, electricidade, gás, audivisual, telecomunicações, enfim é uma lista infinda de encargos sobre todos nós.
Perante isto, seria de pensar que as funções do Estado tais como segurança, saude, ensino, justiça, infraestruturas rodoviárias, etc., seriam asseguradas aos cidadãos tendo em conta que os impostos cobrados financiariam o funcionamento do Estado.
Mas não, porque posteriormente e sempre que precisamos de recorrer a esses serviços, tornamos a pagar - propinas, taxas moderadoras, portagens, custas judiciais, emolumentos, etc.

Bem, mas isto já todos nós sabemos.  E o apetite voraz do Estado não tem limite quando se trata de arrecadar receitas, e a imaginação na criação de novos impostos e taxas é verdadeiramente extraordinária..
E a imaginação é tal, que esta semana, pela boca de um Autarca deste país, e do próprio Presidente da Associação Nacional de Municípios, Sr. Dr. Fernando Ruas, tomei conhecimento de que há Autarquias que se estão a preparar para taxar os bancos pela ocupação pelas caixas Muitibanco da via publica.
Ora bem, depois da ideia peregrina da Câmara de Lisboa, que se propõe cobrar aos turistas que visitem a Capital uma taxa de entrada, como se aos milhões de turistas que nos visitam e que deixam no país recursos financeiros extremamente importantes e cruciais para a nossa economia, seja indiferente tomar atitudes que potenciem  o seu regresso, ou aplicar medidas que os afugentem.
É claro, que para continuar a sustentar as máquinas administrativas municipais,  os departamentos em número infinito, os exércitos de acessores, as empresas municipais (quase todas super endividadas e com prejuízos),  que se foram criando e crescendo ao longo dos últimos anos ( muitas vezes porque era necessario arranjar lugares para os apaniguados políticos),  e as inúmeras obras sem efectiva utilidade para a comunidade, as Autarquias vêm lançando mão de tudo o que possam cobrar sobre os cidadãos. Sim, porque se os bancos foram taxados em relação à ocupação da via pública pelas caixas Multibanco, vão repercutir esse custo inexoravelmente sobre os clientes.
Atendendo a que não desejo que as Autarquias deste pais, possam ter que deixar  de construir mais umas rotundas, que as empresas municipais mandem para o desemprego mais uns quantos administradores, que alguns acessores fiquem sem salário (não sem trabalho uma vez que grande parte já não faz nada), deixo aqui algumas sugestões de taxas que podem ser criadas, como por exemplo sobre a publicidade nos sacos do supermercado, sobre as paragens de autocarro, sobre os painéis de informação de trânsito, parqueamento pago em todos os locais do concelho onde seja possível estacionar um veículo, sobre a utilização dos passeios pelos transeuntes devido ao desgaste do piso, entrada paga em todos os espaços verdes e jardins publicos, uma taxa por ir passear o cão na rua,  aplicação do Imp.Único Circulação às bicicletas, patins, skates, e carros de mão.

É pena que os Srs. Autarcas não se tenham lembrado por exemplo de reduzir antes as despesas superfluas e racionalizar o uso dos recursos disponíveis. É claro que é muito mais fácil cobrar mais umas taxas.
Enfim, é o país e os políticos que temos........... só tenho medo é que aproveitem mesmo alguma das ideias que aqui deixei.............. safa!!!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

HISTÓRIAS DE SAGRES (1) - O Peixe-Porco

Se há um peixe que irá estar na moda daqui a algum tempo, é sem dúvida o Peixe Porco (Balistes Carolinensis).
Este peixe que há alguns anos quase ninguém conhecia, mas que actualmente é objecto de estudos científicos que visam comprovar a excelência da sua carne, não só em termos gastronómicos mas também pelo sua alta qualidade alimentar, existe há muitos anos nas costas Algarvias, pelo facto da temperatura das suas águas  ser em média mais alta que na restante costa portuguesa, já que o Peixe-Porco tem por habitat zonas de águas menos frias do Atlântico, Indico e Pacífico.
Ora em Sagres, pescamos há muitos anos o Peixe-Porco, e verificamos que a sua quantidade tem vindo a aumentar, possívelmente com o aumento da temperatura das águas, estando mesmo a estender-se para Norte, já que começa a aparecer em quantidades cada vez maiores até à Galiza.
Embora o seu nome se deva, segundo consta, ao facto de ao sair da água quando é pescado, emitir um ronco parecido com o grunhir do porco, também é conhecido por outros nomes, como sejam Cangulo, Pampo, Peixe-mola (neste caso derivado ao facto curioso do espinho dorsal de grande tamanho só baixar quando carregamos no espinho menor que se encontra ao lado).
É um peixe muito fácil de pescar, principalmente de barco, já que anda normalmente em cardume, é extremamente voraz (qualquer isco serve), e desde que engodado não se afasta do local de pesca por mais exemplares que se capturem.
No entanto tem maxilares poderosos que cortam qualquer linha e até anzóis.
Apesar de ter uma pele  rija e áspera que parece cabedal, e tenha assim de ser esfolado, vale bem a pena o trabalho, pois a sua carne branca e consistente, é das mais saborosas que há.
Em filetes não tem rival, mas também grelhado ou em caldeirada, é um dos melhores peixes que já comi.
Experimentem e de certeza que vão ficar deliciados.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PORTO DA BALEEIRA

PRAIA DO BARRANCO

PRAIA DA PONTA RUIVA

PORQUÊ PONTA DE SAGRES

Há mais de 30 anos que vou de férias para Sagres, e no resto do ano sempre que posso.
Apesar de conhecer a maioria dos países da Europa, já ter viajado pela América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, de já ter conhecido lugares lindíssimos, culturas ancestrais, locais com história milenar, não consigo encontrar sítio de que goste mais do que a região de Sagres.
Portugal tem na verdade locais maravilhosos, que infelizmente muita gente desconhece.
Quem nunca sentiu no rosto e no corpo o vento de Sagres soprando no alto das suas falésias, quem não caminhou na maré vazia pela praia da Ponta Ruiva, mergulhou nas águas cristalinas da Praia do Barranco, desceu os vales agrestes que a Oeste vão desembocar no mar de ondas de espuma branca, na Barriga ou na Cordoama, quem não se deitou ao sol na areia fina do Beliche ou sentiu o cheiro do peixe fresco a sair dos barcos no Porto da Baleeira, não sabe o que perde.
Hoje, 22 de Outubro de 2010, depois de 59 anos de vida neste país que amo, e que vejo hoje em tão  difícil situação, decidi entrar no mundo da blogosfera, com o objectivo de partilhar com a sociedade em que vivo as experiências de um percurso de vida que já leva alguma coisa que contar.